terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Milhares de espectadores prestigiaram o TeNpo em Porangatu

Com a apresentação da peça De Malas Prontas, da Cia. Pé de Vento, de Santa Catarina e do infantil A Dama e o Vagabundo, do grupo AM Produções Artísticas, terminou ontem a nona edição da Mostra Nacional de Teatro de Porangatu – TeNpo. A produção da mostra calcula entre 8 e 10 mil o número de espectadores que assistiram aos três espetáculos nacionais e as 10 produções de grupos de Goiânia e Porangatu, selecionados por uma curadoria formada por Valbene Bezerra (jornalista), Almir Amorim (diretor de teatro, professor e dramaturgo) e Fernanda Fernandes (atriz, produtora cultura e representante da Feteg).

Cerca de 100 pessoas, entre crianças, jovens e adultos participaram das oficinas de Aperfeiçoamento Técnico Teatral, ministrada pela atriz Marília Ribeiro, Arte Educação entre Nós, com o ator e diretor Cristiano Mullins, Cena e Dramaturgia: Corpo Mito da Terra e Memória, com a atriz e dramaturga colombiana Emilce González Ruiz, Manipulação de Malabares e Iniciação em Equilíbrio no Processo de Montagem, com a Trupe Trip Trape e Técnicas de Trapézio e Solo, com o ator Marcelo Marques.

Um dos pontos altos do evento, promovido pela Agência Goiana de Cultura Pedro Ludovico e Prefeitura de Porangatu, com o apoio cultural do Instituto Casa Brasil de Cultura e DETRAN Goiás, foi a realização do Seminário do Teatro Goiano, que discutiu o tema Interiorização e Políticas Públicas na Cultura. Organizado pelo grupo Trem de Doido, de Porangatu, com o apoio da Federação de Teatro de Goiás. O encontro contou com a presença da presidente do Conselho Estadual de Cultura, Annunziata Spenzieri, o presidente da Feteg, Danilo Alencar, o diretor Marcos Lotufo e representantes da cultura porangutuense.

Oficinas

No encerramento das cinco oficinas, que este ano contou com a participação de pessoas da própria cidade, a coordenadora Tetê Caetano afirmou que os cursos alcançaram resultados surpreendentes, pois permitiu a prática conjunta do aprendizado. No último dia, todos os oficineiros reuniram em uma grande celebração todos os participantes dentro e fora do Centro Cultural de Porangatu.. “Nosso objetivo não é a plateia. É o resultado do aprendizado. Aqui estamos expondo a prática numa grande pedagogia de inclusão, onde todos podem mostrar o que aprenderam”, explicou a coordenadora, ressaltando a importância de dar oportunidade aos professores de arte de Goiânia. “Temos ótimos professores de artes cênicas. Estas oficinas em Porangatu é a prova disso”, destacou.

Espetáculos

Alguns trabalhos mereceram atenção especial da plateia porangatuense, como a beleza plástica do espetáculo Nada, Nenhum e Ninguém, do Coletivo Trupe Arlequin de Circo e Teatro e Grupo Experimental Cena Aberta, da Paraíba, que abriu o festival no dia 30 de novembro, Amor I Love You, do Grupo Zabriskie, muito divertido, interativo e com uma temática envolvente. Makunaíma na Terra de Pindorama, do Grupo Que Roda, que levou centenas de pessoas à rua, acompanhando de perto o desenrolar da trama de Mário de Andrade, adaptada pelo catarinense André Carreira. A montagem, que estreou em Goiânia em setembro, foi alvo de debate e acalorada discussão pela ousadia de sua proposta.

O texto recheado de romantismo do Circo dos Amores Impossíveis, da trupe Clube da Folia, chamou a atenção do público pela história bem elaborada por Itamar Pires Ribeiro e Débora di Sá. O desempenho dos atores, especialmente da cantora, acrobata e atriz Débora di Sá encantou a plateia, admirada com o clima circense do Teatrão, espaço especialmente construído para o evento às margens da Lagoa Grande.

O ator João Bosco mostrou em Porangatu o monólogo Olho, baseado na obra de Edgar Allan Poe, com muita competência. Cenário, figurino e a iluminação deslumbrante dão o clima noir da encenação, que fica completa com a interpretação do ator, muito bem dirigida por Ivan Lima.

Lendas Indígenas e Afrobrasileiras, de Vagner Rosafa e André Campelo, arrebatou a plateia ao resgatar, por meio da música, do folclore e do audiovisual, que ilustra cada história, um pouco da rica mitologia dos povos indígenas e africanos, dois grupos formadores do povo brasileiro. Há tempos amargando decepções, o grupo Trem de Doido, de Porangatu, surpreendeu o público com sua Árvore de Mamulengos, sob a direção de Altair de Souza. Desde fevereiro, o jovem diretor da Cia. Sala 3, de Goiânia, realiza um trabalho com o grupo. Entre cansativas idas e vindas, ele conseguiu arrancar do grupo um bom desempenho no palco. Cenário, figurino, iluminação e toda a produção em si revelam o cuidado do diretor em fazer um trabalho de qualidade. Exceto pelos desempenhos de alguns atores, o resultado foi muito satisfatório.

Os espetáculos De Malas Prontas, da Cia Pé de Vento, e A Dama e o Vagabundo, da AM Produções Artísticas, encerraram mais uma edição do TeNpo, considerado o maior evento de artes cênicas da Região Norte do Estado.

Valbene Bezerra - assessoria de imprensa da Agepel

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